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Brincar faz crescer, mas crianças brincam pouco e pais participam menos, aponta estudo

Cerca de 52% das crianças brincam “menos de uma hora por dia com a família durante a semana”, conclui um estudo do Instituto de Apoio à Criança (IAC), realizado no último ano e divulgado a propósito do Dia Mundial da Criança, que hoje se comemora. Quando o número de horas de brincadeira aumenta para duas a três horas, a percentagem de crianças cai para os 9%. A psicóloga Filipa Castanhinha lembra que quando os mais novos não brincam em casa, "a casa deixa de ser um lugar de encontro e de afecto e passa a ser dominada por tarefas e exigências”.

De acordo com os dados do IAC, divulgados em comunicado, uma grande parte dos pais (40,4%) aponta a exaustão “devido à carga de trabalho” como a principal barreira que os impede de dedicar tempo a brincar com os filhos. Esta percentagem “tem vindo a crescer desde 2018”, lê-se.(...)

Continuação em Público por indicação de Livresco
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Ouvir pela primeira vez: a operação que muda a vida de quem nasceu (ou ficou) surdo

Quem recebe os implantes nunca deixa de ser surdo. Se os retirar, volta a mergulhar num profundo silêncio. Esta tecnologia permite apenas resolver uma avaria na cóclea, dentro do ouvido interno. É realizada uma operação para colocar um recetor debaixo da pele, com um cabo, com vários elétrodos, ligado à cóclea. O processador é a parte externa. Transforma o som em sinais elétricos que chegam depois ao cérebro.

Depois dos rastreios neonatais e de outros exames mais rigorosos, confirmada a surdez, a Direção-Geral de Saúde recomenda, no caso das crianças, que os implantes sejam feitos antes dos dois anos. É o caso de Carlota, agora com 9 anos. Recebeu os dois implantes ainda bebé. Teve de passar por várias sessões de terapia da fala e de ajustes do processador. Aos dois anos e meio já cantava o hino nacional. Hoje em dia frequenta uma escola regular e pratica patinagem artística e natação.

Quanto aos adultos, em Portugal não existe uma idade para se colocar um implante. Depois de perderem a audição, e num período de cerca de 10 anos, podem ser implantados, desde que o nervo auditivo, que liga o ouvido ao cérebro, ainda esteja a funcionar.

Sebastião Palha, com surdez profunda, depois das próteses que usa deste pequeno, decidiu colocar, aos 23 anos, um implante. Só nessa altura ouviu, pela primeira vez, o som de um espirro, da respiração ou do próprio vento. Tem como língua materna a língua gestual portuguesa, ainda que reconheça a importância do implante, que o coloca também no mundo dos ouvintes.

"Não me tenho que encaixar só naquele mundo. Posso estar nos dois mundos. Eu sou o Sebastião, acima de tudo, e que por acaso fala, e que por acaso também fala língua gestual", diz Sebastião Palha, que é atualmente um dos poucos psicólogos clínicos surdos do país.

Em Portugal, o primeiro implante coclear foi feito há precisamente 40 anos, em Coimbra. Terão já sido realizadas cerca de quatro mil, entre hospitais públicos, que comparticipam todos os custos, e os privados, onde uma operação em simultâneo aos dois ouvidos pode chegar aos 80 mil euros. Portugal tem sido também um dos países pioneiros, na Europa, no acompanhamento destes casos. Quatro décadas depois, são vários os casos de sucesso, entre crianças e adultos.

Fonte: SIC Notícias com reportagem em vídeo
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Educação Especial e Inclusiva / NOTÍCIAS DA CHAMADA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
« Última mensagem por Sininho em 18/06/2025, 18:27 »
NOTÍCIAS DA CHAMADA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

O Movimento por uma Inclusão Efectiva, envolvendo pais de crianças e jovens com necessidades educativas especiais, desculpem a insistência nesta terminologia promoveu no início do ano um inquérito a pais nesta situação para conhecer a sua percepção de como decorre o processo educativo dos filhos ao abrigo do quadro legal definido pelo decreto-lei 54/2018. Alguns indicadores.

Considerando as 1036 respostas válidas, 73% entendem a situação nas escolas não melhorou desde a entrada em vigor do DL 54/2028. A maioria dos pais, 58%, refere que as terapias necessárias não estão a ser realizadas e as que se realizam são consideradas insuficientes por 96%.

Uma outra questão considerada crítica prende-se com a sobrelotação das turmas levando sobrelotação com reflexos negativos no tempo de permanência das salas de aula e no tempo para apoio directo.

Foi também realizado um inquérito a profissionais que acompanham as crianças, 453 respostas, sendo que 58% consideram também que a situação não melhorou com a mudança de legislação.

Apesar de entender que a leitura e interpretação destes dados deve ser prudente, também entendo que merecem atenção e reflexão. Com uma carreira profissional de quase 50 anos ligada a este universo é inevitável a reflexão sobre estas matérias.

Lamentavelmente são recorrentes as vozes de pais, professores, técnicos ou directores escolares e algumas referências na imprensa relativamente a essas dificuldades e, como se dizia há uns anos, … a luta continua.

Algumas notas retomadas, não vale a pena inventar.

Segundo dados da DGEEC, no ano lectivo passado, estavam cerca de 90000 alunos ao abrigo de medidas selectivas e/ou adicionais de acordo com o DL 54/2018.

Recordo que em 2018, a entrada em vigor do novo enquadramento normativo, o ME decidiu que já não podíamos referir alunos com “necessidades educativas especiais” porque a designação não era conforme a “educação inclusiva”, categorizava alguns alunos o que não é uma boa prática. Assim, determinou que os alunos que revelavam algum tipo de dificuldade eram objecto de medidas educativas arrumadas em três categorias, as medidas “universais”, as medidas “selectivas” e as medidas “adicionais”. Isto parece que é uma outra forma de categorizar, mas não é. Na educação inclusiva é assim que se faz.

Também acontece que temos alguma dificuldade em interpretar os dados que vão sendo divulgados, aumenta o número de alunos com dificuldades de alguma natureza ou aumenta o número de alunos com medidas aplicadas. E quais as dificuldades dos alunos que se inscrevem nas medidas “universais” uma vez que são … “universais”.

São habituais as preocupações com a insuficiência preocupante dos recursos humanos, professores e técnicos, designadamente psicólogos e terapeutas, auxiliares educativos bem como o crescimento significativo do número de alunos sinalizados com algum tipo de dificuldade. Aliás, também se conhecem situações em que professores com funções de apoio assumem outro trabalho minimizando a falta de professores.

Deste quadro resulta a impossibilidade de assegurar a muitos alunos aquilo que é “apenas” um direito e não um privilégio, uma resposta educativa de acordo com as suas necessidades. Sim, eu sei que não é fácil, mas também sei que existem responsáveis pelas políticas públicas de diversos sectores envolvidas nestas questões.

A verdade é que torturar a realidade não a obriga a confessar. Muitos alunos não, não estão incluídos nem sequer integrados, estão “entregados” com as consequências que professores e pais bem conhecem. E não estou a considerar apenas os “Selectivos”, os “Adicionais” ou os “Universais” do 54/2018.

Este cenário de insuficiência de recursos tem sido referenciado em trabalhos diversos incluindo da Inspecção-Geral de Educação e Ciência.

Como tenho afirmados e escrito inúmeras vezes, acompanhei com esperança e expectativa a mais do que necessária, reafirmo, mudança legislativa desencadeada no âmbito da Educação Inclusiva que se traduziu no DL 54/2018 ele próprio associado a todo um quadro de mudança envolvendo, designadamente a definição do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, das Aprendizagens Essenciais ou o Decreto-Lei n.º 55/2018 relativamente ao currículo. Todo este edifício potenciaria a inovação, a mudança de paradigma, de vários paradigmas aliás, e alguns falavam mesmo da revolução que estava em marcha e anunciavam os amanhãs que cantam.

Com confiança em algumas virtudes do novo quadro aguardei expectante pela revelação da anunciada escola inclusiva de 2ª geração. No entanto, para meu desconforto e cansaço, o que fui conhecendo e vai sendo divulgado não me ajudou a perceber o que seria.

Continuo a verificar que, tal como aconteceu com o velho 319/91, (nesta altura eu já trabalhava neste universo há 15 anos), quer com o 3/2008 e depois com o actual 54/2018 existiam e existem professores, técnicos e escolas a realizar trabalhos notáveis que devem ser conhecidos e reconhecidos.

A avaliação dos alunos, a definição dos apoios nas diferentes tipologias (já usadas como categorização uma vez que a outra categorização já não existe), o funcionamento das Equipas, os recursos disponíveis, a organização da intervenção, os papéis ou a articulação dos intervenientes continuam com inúmeros sobressaltos. Recebo muitos testemunhos e, como referi, os dados conhecidos também não são particularmente animadores.

Apesar de agora estar já desligado em termos profissionais, o interesse e a paixão por este universo não se reforma, mantêm-se e apesar do cansaço, sempre me animo quando conheço situações muito positivas que, felizmente, acontecem todos os dias em tantas escolas.

No entanto, nem tudo vai bem, muito longe disso. Insisto, não torturem a realidade que ela não vai confessar, alterem-na, e o que espera de políticas públicas e de promoção de direitos inalienáveis.

Há muito que fazer, muito para caminhar.

PS – Já agora e mais uma vez, talvez já vá sendo tempo de não insistir no uso da designação "educação inclusiva" para referir a educação dos alunos que têm algum tipo de dificuldade e que se encaixam nas novas "categorias", os "universais", os "selectivos" e os "adicionais" criadas pelo DL 54, a educação inclusiva é de todos e, portanto, deveria ser “apenas” educação.

José Morgado

Blog Atenta Inquietude
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Como ajudar os alunos mais velhos com défices de leitura

Durante 10 dos 20 anos que passei como professora, enfrentei um problema misterioso. Alguns dos meus alunos mais novos atingiam os níveis de literacia que eu tinha sido treinada para aplicar e, no final do ano, eu mandava-os embora, acreditando que tinha feito bem o meu trabalho. Mas, mais tarde, quando estavam no último ano do ensino básico ou no ensino médio, as coisas desmoronavam-se. Começavam a ter dificuldades e, por vezes, eram mesmo encaminhados para avaliações de leitura. Obviamente, era frustrante para eles e tornou-se um mistério para mim. O que é que estou a fazer mal? perguntei-me.

Afinal, faltavam-me algumas coisas. O mais importante é que eu precisava de formação em Literacia Estruturada. Esta estrutura dá ênfase à instrução explícita, passo a passo, de competências de literacia como a fonética, em vez de confiar que os alunos desenvolverão essas competências espontaneamente durante a exposição à palavra escrita. Encontrar esta estrutura foi um momento decisivo na minha prática de ensino. Na segunda metade da minha carreira em sala de aula, também trabalhei com alunos que demonstravam uma capacidade adequada de descodificar palavras (ou de as sonorizar usando fonemas) e uma fluência adequada, mas que tinham uma compreensão da língua abaixo do nível do ano.

Investigando a ciência da leitura na procura de uma solução, tomei conhecimento da morfologia, uma componente central da Literacia Estruturada que pode ajudar os alunos a descobrir rapidamente o significado das palavras. Agora, muitos anos depois, após erros e avanços, dou formação em morfologia a professores do distrito das Escolas Públicas de Boston, que serve cerca de 50.000 alunos.

Este trabalho ofereceu-me uma visão sombria: atualmente, muitos alunos mais velhos não têm uma base sólida de literacia, em parte porque os seus professores não têm as ferramentas necessárias para ensinar, especialmente na fase inicial. Esta é uma das razões pelas quais um terço histórico dos alunos do 8.º ano se situa atualmente abaixo do nível “básico” no NAEP. Mas o que está a acontecer em algumas das nossas salas de aula nas Escolas Públicas de Boston também me mostrou que não somos impotentes para ajudar estes alunos. O ensino baseado na morfologia e na fonética pode reconstruir a leitura a partir do zero, permitindo que os alunos mais velhos satisfaçam as exigências dos textos complexos que enfrentam no ensino secundário e nos cursos pós-secundários.

Défices ocultos

Quando olhamos para uma palavra como unamazed, podemos inconscientemente dividi-la no prefixo un, que indica negação, na raiz amaze, que já conhecemos, e no sufixo ed, que nos diz que a palavra é um descritor. Neste processo, está a basear-se na morfologia. Está a analisar uma palavra para além dos sons das letras individuais para o ajudar a compreender o significado num relance.

Mas imagine que é um aluno mais velho que nunca recebeu instruções explícitas de morfologia e nunca viu unamazed antes. Mesmo que conseguisse emitir o som facilmente, como é que passaria da pronúncia para a compreensão? Muitos alunos mais velhos enfrentam este desafio.

Muitos deles dominam estratégias de sobrevivência para contornar os défices de compreensão. São tão bons nisso que o problema pode não ser detetado. Mas as dificuldades destes alunos com a leitura ressurgem quando se deparam com vocabulário desconhecido, linguagem académica ou desafios complexos de estrutura e significado das palavras.

A abordagem das Escolas Públicas de Boston

Nas Escolas Públicas de Boston, dou formação a grupos de 50 a 60 professores no curso de Alfabetização Estruturada Orton-Gillingham Plus de 30 horas do IMSE. Ver estes brilhantes educadores a utilizar a informação que aprenderam na formação de formas que eu não teria previsto é inspirador. Muitas vezes, assim que compreendem o problema e aprendem soluções eficazes, avançam rapidamente para a modificação da sua instrução para ajudar alunos específicos. Por exemplo, um professor de química de uma das nossas escolas secundárias começou a integrar a morfologia nas atividades diárias para ajudar os alunos a decifrar termos técnicos como endotérmico ou nucleófilo. As avaliações do meio do ano para o fim do ano das turmas deste professor mostram aumentos significativos de pontuação, que atribuem à componente morfológica das suas aulas.

Uma das principais conclusões do trabalho das Escolas Públicas de Boston é a importância do apoio contínuo. A Literacia Estruturada não é algo que possa ser dominado num único workshop. A quantidade e a complexidade da informação suscitam a necessidade de acompanhamento, orientação e colaboração contínuos entre os educadores. Além disso, diferentes escolas devem adaptar a implementação para se adequar às suas populações estudantis específicas. Em Boston, isso significa prestar atenção especial aos alunos que aprendem inglês, aos alunos em salas de aula substancialmente separadas e àqueles que precisam de planos de apoio individualizados.

A recompensa destes esforços vale a pena: os alunos começam a ver-se como leitores capazes, muitos pela primeira vez nas suas carreiras académicas. A morfologia e a literacia estruturada afetam profundamente os alunos mais velhos. Vi alunos que antes adivinhavam o seu caminho através dos textos começarem a ler com confiança e curiosidade. Alguns alunos estão mesmo a procurar ajuda na leitura porque ouviram falar do sucesso dos seus colegas.

É altura de desmantelarmos o mito de que é demasiado tarde para ajudar os leitores com dificuldades no ensino secundário. Eles não são inúteis. Não estão sem esperança. Simplesmente não receberam o apoio de que necessitam.

Silvia Gonzalez-Powers

Traduzido com a versão gratuita do tradutor - DeepL.com

Fonte: Smart Brief por indicação de Livresco
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Caderno para professores sobre fluência leitora

As dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita são comuns e esperadas, ao contrário do que se pensa. Se abordadas no momento certo, estas dificuldades podem ser ultrapassadas. É, por isso, fundamental que a intervenção seja tão atempada, intensiva, sistemática e estruturada quanto possível. Foi desta premissa que nasceu o AaZ — Ler Melhor, Saber Mais, programa da Iniciativa Educação que, desde 2019, ajuda crianças do 1.º e 2.º anos de escolaridade com dificuldades na alfabetização básica a desenvolver as suas capacidades de leitura e escrita.

Através do programa AaZ — Ler Melhor, Saber Mais, a Iniciativa Educação disponibiliza materiais de apoio ao ensino da leitura direccionados essencialmente a professores do 1.º ciclo, que são de acesso livre e gratuito. Trata-se de textos que resumem os resultados da investigação mais recente sobre vários temas relacionados com a leitura e com a escrita.

Este caderno é parte de uma série que agrega, por categoria, esse textos. Nesta edição, estão reunidos os textos relacionados com a fluência de leitura, que foram publicados até Maio de 2025.

Fonte: Iniciativa Educação
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Investigadores contra proibição de telemóveis nas escolas e uso de redes sociais por pré-adolescentes

Um grupo de investigadores europeus defende que as escolas não devem proibir a entrada dos telemóveis dos alunos nem os pré-adolescentes devem ser impedidos de aceder às redes sociais, e que a solução passa pelo diálogo intergeracional.

«Banir não é o melhor passo», afirma Teresa Castro, uma das investigadoras do projeto ASAP, que desde 2022 reúne instituições de cinco países europeus – Itália, Croácia, República Checa, Eslovénia e Portugal – que se dedicam a investigar a relação dos jovens com as plataformas digitais, a integração dos media digitais nas escolas e o impacto das redes sociais no comportamento dos mais novos.

Em declarações à Lusa, a professora da Universidade Lusófona revelou que a equipa de investigadores concluiu que proibir o uso das tecnologias não é a melhor solução.

«Quando os pais proíbem, eles criam uma rede social nos telemóveis dos amigos», exemplificou a especialista, uma das oradoras da “Conferência Entre a Escola e o Ecrã: Como Promover uma Vida Digital Saudável na Pré-Adolescência”, que está a decorrer na Universidade Lusófona, no Porto.

Os investigadores acreditam que em vez da repressão, deve haver um diálogo intergeracional que promova a confiança e leve a uma aprendizagem de ambos: Os mais novos podem aprender a usar as ferramentas em segurança e os pais e professores podem descobrir novas redes sociais ou fenómenos que, muitas vezes, chegam tarde ao seu conhecimento.

Teresa Castro também discorda com as politicas que apontam para a proibição do telemóvel nas escolas, que começaram a ser implementadas de forma mais sistemática nas escolas portuguesa.

«É o caminho mais curto e a medida mais fácil. Não concordamos de todo com essa proibição. Só vai levar a um uso de forma não supervisionada e perde-se em inclusão”, defende a investigadora, lamentando que se continue a olhar para “as crianças com incompetentes».

Consciente de que os pré-adolescentes, entre os 9 e os 13 anos, são uma população muito ativa na internet mas pouco estudada, Teresa Castro decidiu ir para o terreno ver o que se passava e encontrou um grupo que se envolve «em ações arriscadas, mas não de risco».

A investigação, realizada há 10 anos, revelou algumas práticas surpreendentes, como «crianças de 10 ou 11 anos em que os colegas pedem para fazer um video com roupa interior ou que partilham vídeos de balneários, fotografias intimas e sexuais que são partilhadas», recordou.

Segundo a professora, existe uma pressão para as crianças e jovens partilharem imagens principalmente quando gostam de um rapaz ou quando querem ser «populares».

Teresa nunca deixou de trabalhar com famílias e professores e diz que o cenário pouco mudou. Há novas redes sociais, mas a relação dos jovens com o digital permanece inalterada.

«A questão de arriscar, experimentar, tentar fugir ao controlo parental não mudou assim tanto», diz, considerando que «um dos grandes riscos é a falta de confiança dos adultos nos jovens e dos jovens nos adultos».

Por isso são contra a proibição, apesar de reconhecerem que possam existir situações excecionais: «Admito que se proíba os telemóveis no quarto até por uma questão de saúde», exemplificou. A investigadora também não acha mal que haja dias de desintoxicação destes dispositivos.

Fonte: Sul Informação por indicação de Livresco
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O que é esta moda da "parentalidade gentil"? Ficámos demasiado brandos com os nossos filhos?

Os especialista identificam quatro fatores como essenciais no desenvolvimento de uma criança: estrutura, calor humano, reconhecimento como indivíduo e uma abordagem parental idealizada para largos anos. E se errar, não se recrimine assim tanto, porque "as crianças não precisam de um modelo de um ser humano perfeito"

“No meu tempo”, dizem alguns avós aos seus filhos adultos, “não deixávamos que os nossos filhos falassem sem que lhes fosse dirigida a palavra, nem que respondessem sem uma palmada, nem que questionassem todas as decisões dos pais sem uma consequência”.

O que é que aconteceu aos castigos? Ou “Vou dar-te algo para chorares”?

Há um certo segmento de pais que trocou essa forma de educação por algo que, segundo eles, pode funcionar melhor, chamado “educação gentil”.

Se ao ouvir o termo e revirou os olhos, e sabemos que isso é provável - faça uma pausa por um segundo. A paternidade gentil é muitas vezes mal interpretada e tomada como significando mimo, explica o Brian Razzino, psicólogo clínico licenciado em Falls Church, Virgínia. Não é esse o caso.

Ser gentil com os filhos - ou o que muitas pessoas querem dizer quando falam sobre isto - é muitas vezes ensinar habilidades para a vida adulta e impor limites, e é algo que tem muito a oferecer às famílias, assegura.

Esta estratégia está a tornar-se popular, uma vez que quase metade dos pais afirmam que estão a tentar educar os filhos de forma diferente daquela em que cresceram, de acordo com um relatório de 2023 do Pew Research Center. Esses mesmos pais contam que procuram dar mais amor e afeto aos seus filhos, ter conversas abertas e honestas, gritar menos e ouvir mais.

O problema é que muitas pessoas, mesmo aquelas que se dizem pais carinhosos, divergem quanto aos pormenores. Eis o que precisa de saber sobre a última tendência da parentalidade.

Os principais estilos parentais

Os investigadores psicológicos identificaram quatro estilos parentais principais: negligente, autoritário, permissivo e 'autoritativo'.

Os pais negligentes não têm níveis elevados de afeto para com a criança nem regras sobre o comportamento da mesma, afirma Nicole Johnson, conselheira profissional licenciada em Boise, Idaho. Uma criança pode fazer uma cena e partir um brinquedo e não obter grande resposta do seu pai negligente, que, de qualquer forma, pode não ter prestado muita atenção à forma como ela estava a brincar.

Autoritário refere-se a uma educação que se concentra na obediência e na resposta punitiva - pense “porque eu disse”, exemplifica Johnson. A criança que partiu o brinquedo seria provavelmente repreendida e mandada para o castigo pelo pai autoritário sem muita conversa para além disso.

A parentalidade permissiva centra-se no carinho para com as crianças, mas sem muita estrutura ou limites, acrescentou. Esse pai reconheceria que a criança provavelmente partiu o brinquedo por frustração, mas não lhe daria consequências.

A parentalidade 'autoritativa' procura encontrar um equilíbrio entre estrutura e carinho.

“Está mais centrada na ideia de melhorar a sua capacidade de compreender o que se está a passar consigo próprio, os seus próprios sentimentos”, esclarece Razzino. “Os pais estão realmente concentrados em ter empatia pela criança, em ter respeito quando falam com ela e compreendem que os seus sentimentos são válidos.” Ainda assim, “mantêm alguns limites muito firmes e claros”.

A parentalidade gentil não está entre os principais estilos parentais. Embora seja popular nas redes sociais, é um termo relativamente novo que não foi muito descrito na literatura científica.

O que é que os influenciadores querem dizer com "parentalidade gentil"?

Num estudo de 2024, as investigadoras Annie Pezalla e Alice Davidson procuraram investigar o que os influenciadores da parentalidade nas redes sociais queriam dizer quando falavam de parentalidade gentil.

"Aqueles que se identificaram como gentis realmente priorizaram a regulação das emoções. São pais que querem manter a calma a todo o custo, se possível, (incluindo) a sua energia e emoções", refere Pezalla, professora assistente convidada de psicologia no Macalester College em St.Paul, Minnesota.

“Parecem-nos pais autoritários, na sua maioria, como se estivessem a tentar manter limites e a praticar consequências com os filhos”, diz, “apesar de mostrarem o tipo de afeto sem limites aos filhos que os pais tipicamente permissivos mostram”.

A parentalidade gentil, tal como a parentalidade 'autoritativa', realça a importância dos limites, mantendo o afeto e a empatia, afirma. No entanto, este conceito é aplicado de forma diferente em diferentes famílias.

Na sua investigação, Pezalla perguntou aos pais que se identificavam como pais gentis sobre as suas práticas. Enquanto alguns se assemelhavam a pais 'autoritativos', outros agiam de uma forma que se enquadrava mais num estilo permissivo, refere.

Em última análise, muito do que as pessoas chamam de paternidade gentil nos media sociais é apenas outro termo para paternidade 'autoritativa': manter a conexão com a criança, ensiná-la a regular suas emoções e comportamento e impor limites como uma figura de autoridade atenciosa, resume Razzino, que também é o autor de "Awakening the Five Champions: Keys to Success for Every Teen".

Estaremos a ser demasiado brandos com as crianças?

Imagine que uma criança está a atirar a comida do prato para o chão. Um pai permissivo pode dizer: “Por favor, não faças isso” e depois não fazer mais nada para impor um limite. Um pai autoritário pode olhar severamente e passar imediatamente para um castigo ou uma palmada ou mandar a criança para a cama com fome.

Um pai 'autoritativo', que é o que muitas pessoas querem dizer quando se identificam como pais carinhosos, pode dizer: "Vejo que estás a brincar, mas a comida fica no prato. Posso dar-te outra coisa para fazeres com as mãos enquanto jantamos, mas se voltares a atirar a comida, vou ter de te tirar o prato", afirma Razzino.

Algumas pessoas criticam esta forma de educar como sendo demasiado branda para as crianças, dizendo que o mundo é duro e que as crianças têm de aprender a lidar com isso, acrescenta Johnson.

Mas o objetivo deste estilo parental não é proteger o seu filho da responsabilidade; é antes chegar a um ponto mais calmo para os pais e para a criança, dar às crianças ferramentas para fazerem boas escolhas e depois impor um limite com consequências lógicas, aponta.

As consequências lógicas são aquelas que se relacionam diretamente com um comportamento: se bater no amigo com o camião, a brincadeira acaba, explica Razzino.

Para as pessoas que entendem a paternidade gentil como uma forma de paternidade 'autoritativa', há duas partes: validar que se compreende os sentimentos que as crianças estão a sentir e ensinar que nem todas as formas de expressar esses sentimentos são aceitáveis ou produtivas, refere Johnson.

É importante não saltar a etapa da validação nem ficar demasiado atolado nela, acrescenta Razzino. A certa altura, é importante passar da conversa sobre os sentimentos para a elaboração de planos sobre a forma de regular as emoções difíceis e sobre as consequências que irão ocorrer se o comportamento inaceitável continuar.

E essa abordagem tem se mostrado eficaz em pesquisas para criar adultos mais saudáveis, resilientes e bem-sucedidos, diz Razzino.

Um estudo de 2022 concluiu que as crianças criadas com um estilo parental 'autoritativo' tinham mais probabilidades de obter resultados académicos. Outro estudo de 2020 concluiu que a falta deste estilo parental era o fator mais importante na baixa satisfação com a vida.
Precisamos de ser mais brandos com os pais

Há um lado negativo na parentalidade 'autoritativa' ou gentil. Manter a calma, validar os sentimentos do filho, explicar os limites e as consequências da sua violação e depois aplicar uma consequência racional dá muito trabalho, afirma Pezalla.

É ainda mais trabalhoso se não tivermos sido educados com muito carinho e empatia, acrescenta Johnson.

Com tanta pressão para serem pais perfeitos, muitos pais sentem-se esgotados ao tentarem aderir demasiado estritamente a práticas parentais suaves, de acordo com a investigação de Pezalla.

Os pais delicados “estão a esforçar-se tanto para serem emocionalmente regulados 24 horas por dia, sete dias por semana, que se estão a esgotar”, alerta. “Foi isso que descobrimos no artigo que publicámos... estão completamente stressados.”

Alguns influenciadores digitais da parentalidade dirão que não se pode usar a palavra “não”, que é preciso não dizer “não” e que, ao invés, se deve fazer uma pausa numa crise no meio da mercearia para dar um abraço, ou que é preciso pegar no filho do chão da loja e não permitir que ele continue a birra, explica Pezalla.

Em vez de se preocupar demasiado em seguir a única filosofia correta, Pezalla recomenda que se dê prioridade às quatro coisas que descobriu serem o que todas as crianças precisam para crescer. Estas incluem estrutura, calor humano, reconhecimento como indivíduo que pode precisar de algo diferente dos seus irmãos e uma abordagem que prepara a parentalidade como um jogo longo, resume.

“Tudo o resto é como ruído estático para mim”, considera Pezalla. “É como se fossem os mesmos estilos parentais 'autoritativos' gerais, mas estamos a chamar-lhe algo diferente.”

E não se preocupe se fizer asneira, perder a calma ou mudar de ideias sobre a sua abordagem parental, aconselha Johnson.

As crianças não precisam de um modelo de um ser humano perfeito, precisam de ver um adulto que está a dar o seu melhor para ser uma figura de autoridade positiva, esforçando-se por ter empatia, praticando a autorregulação e assumindo a responsabilidade quando erram, acrescenta. Esperemos que esse modelo seja um roteiro para que eles possam crescer fazendo essas coisas também.

Fonte: CNN Portugal por indicação de Livresco
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"Os nossos filhos estão a crescer numa sociedade onde não se trabalha com números. E isso torna o trabalho dos professores muito difícil"

Professor na Universidade de Clermont Ferrand e autor de várias obras sobre a aprendizagem da linguagem escrita e da numeração, Michel Fayol veio a Portugal a convite da Iniciativa Educação, organização que tem o ex-ministro da Educação Nuno Crato como um dos diretores e que promove a qualificação dos jovens, em especial junto dos que têm menores recursos e estão em risco de insucesso escolar. Sobre as dificuldades a Matemática, o psicólogo acredita que o facto de pagarmos tudo com cartão, comprar em pacotes e de termos deixado de fazer contas faz com que se estejam a perder as bases do pensamento aritmético.

Um aluno com dificuldades na leitura será sempre um aluno com dificuldades a Matemática e vice-versa?

Não necessariamente. Há alunos com dificuldades em leitura ou problemas de dislexia e que são bem-sucedidos a Matemática. Mas vai depender do meio social e cultural em que está inserido.

Porque é que os alunos tendem a ter mais dificuldades a Matemática, comparando com outras disciplinas?

A Matemática é uma disciplina altamente abstrata. Até a noção de número. Se olharmos para a história da matemática, percebemos que levou muito tempo até se desenvolver um sistema numérico. Há regiões na Amazónia em que nem sequer é usado. A aquisição da matemática é a aquisição de propriedades formais – número, uma ordem que pode ir até ao infinito, símbolos - e a aplicação de capacidades cognitivas a essas propriedades. É muito mais difícil do que ler, em que o processo é menos abstrato. É por isso que se torna mais complexo, até para os adultos.

Os testes internacionais de literacia mostram uma quebra no desempenho dos alunos um pouco por toda a Europa e Estados Unidos. É a consequência ainda dos anos da pandemia e do ensino à distância ou existem outras causas prováveis?

A pandemia acentuou esse declínio, mas a descida começou antes, tem vindo a acentuar e terá provavelmente várias explicações. Há um fator que não está a ser tomado em consideração e que tem a ver com o facto de termos deixado de lidar com números na vida real. Pagamos com cartão ou com o telemóvel, sem dinheiro físico, as coisas são compradas em pacotes de 6 e de 12 e não em unidades, deixamos de fazer cálculos porque usamos máquinas que os fazem por nós, seja a caixa registadora ou a máquina de calcular. Os nossos filhos estão a crescer em sociedade onde não se trabalha com números e as bases para a aquisição do pensamento aritmético estão assim a desparecer. Sem nos darmos conta, criámos um mundo no qual os números, a numeração, as operações básicas de aritmética não existem. E isso torna o trabalho dos professores muito mais difícil.

E o uso de equipamentos tecnológicos na escola? Ajuda ou prejudica?

Tem havido algumas investigações e os resultados ou são contraditórios ou mostram pouco impacto na melhoria das aprendizagens. Diria que nos anos mais avançados da escola, usar dispositivos e programas de computador pode ajudar. Mas não nos primeiros anos do ensino. Diria que é mais eficiente proporcionar nas escolas situações em que os alunos tenham de manipular dinheiro e simular experiências do dia-a-dia.

E em relação ao uso do telemóvel, desde muito cedo e como forma de comunicação. Isso faz com que a capacidade de leitura e de escrita sejam prejudicadas?

É possível que o uso de smartphones e de computadores possa ajudar a aumentar os hábitos de leitura. Mas não acredito que tenha um efeito positivo na escrita. O que sabemos atualmente, e há estudos que o demonstram, é que a melhor forma de aprender a escrever continua a ser através da escrita à mão. É uma forma muito mais eficaz e que está muito mais de acordo com os processos de aquisição da leitura.

Em Portugal, os testes nacionais estão todos a passar do formato em papel para o digital, com os alunos a fazerem provas de aferição no computador logo no 4º ano. Como olha para esta tendência de desmaterialização das provas?

Na minha opinião, devemos estimular sempre a escrita à mão até ao final da escola elementar [final do 6º ano no sistema educativo português]. Porque é a melhor forma de fazer ligações entre a leitura e a escrita. Não conheço bem a situação em Portugal, mas em França quase não há atividades relacionadas com a escrita. E isso reflete-se depois na capacidade dos alunos quando chegam à Universidade. O recurso cada vez mais frequente a testes de escolha múltipla prejudica a capacidade das crianças de desenvolver a escrita. Escrever frases completas, encadear ideias, é um treino que se está a perder. Não acho que isso seja uma coisa positiva.

Há uma luta desigual entre o estímulo imediato garantido pelos videojogos e redes sociais e o prazer que se pode retirar da leitura de um livro, que exige tempo e concentração. Como é que se incute o gosto pela leitura nos jovens?

A escola tem aqui um papel muito importante e deve de certa forma forçar as crianças e os adolescentes a ler, criando tempos e espaços para a leitura obrigatória.

E o papel dos pais?

Claro que a sua responsabilidade é muito grande. Mas conseguimos nós mudar a sociedade? Os pais passam o dia a trabalhar, estão cansados, chegam à noite e ficam a ver televisão, ou o telemóvel. E se não houver um exemplo por parte deles, não podemos achar estranho que os filhos tenham os mesmos hábitos. Por isso, na escola e em atividades extracurriculares seria mais fácil dar essa motivação, através de concursos, de grupos de teatro, grupos de leitura.

Fonte: Expresso por indicação de Livresco
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Sintomas mal compreendidos, impacto real na saúde. O lado invisível da Síndrome dos Ovários Policísticos

J.M.A
18 jun 2025 14:00



Freepik/azerbaijan_stockers

“Nem todos os sinais da Síndrome dos Ovários Policísticos são óbvios”, sublinha a ginecologista Mónica Gomes Ferreira, cofundadora da MS Medical Institutes. Fadiga, alterações de humor ou queda de cabelo podem ser pistas silenciosas de um desequilíbrio hormonal que merece atenção médica.

Para além dos sintomas mais conhecidos da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), como os ciclos menstruais irregulares, acne persistente, aumento de pelos corporais (hirsutismo) e dificuldade em engravidar, existem sinais menos óbvios que também merecem atenção e podem justificar uma avaliação hormonal. Entre estes sinais destacam-se as alterações de humor, incluindo ansiedade, irritabilidade ou mesmo sintomas depressivos; o cansaço persistente, que ocorre mesmo após um descanso adequado; a dificuldade em perder peso ou o ganho de peso inexplicado, especialmente na zona abdominal; a queda de cabelo ou o enfraquecimento capilar; os distúrbios do sono, como insónias ou sono não reparador; e ainda o desejo sexual diminuído, por vezes relacionado com desequilíbrios hormonais.

Estes sintomas, quando persistentes ou associados a alterações no ciclo menstrual, devem ser valorizados. Muitas vezes, são desvalorizados ou atribuídos ao stresse, mas podem refletir alterações hormonais que interferem não só com a saúde reprodutiva, mas também com o bem-estar geral.

É fundamental que qualquer mulher que experiencie estes sinais procure o seu ginecologista. Um diagnóstico precoce permite uma abordagem mais eficaz, ajudando a prevenir complicações a longo prazo, como a resistência à insulina ou o risco aumentado de diabetes tipo 2.

O diagnóstico da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) baseia-se numa combinação de avaliação clínica, exames de imagem e análises laboratoriais.



Diagnóstico de SOP: quais os Exames e análises laboratoriais?

O diagnóstico da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) baseia-se numa combinação de avaliação clínica, exames de imagem e análises laboratoriais. Os critérios mais utilizados para confirmar o diagnóstico são os critérios de Rotterdam, que exigem pelo menos dois dos seguintes três sinais: ciclos menstruais irregulares ou ausência de menstruação, o que indica disfunção ovulatória; presença de quistos nos ovários identificados por ecografia pélvica, geralmente múltiplos pequenos folículos dispostos na periferia do ovário; e sinais clínicos ou laboratoriais de excesso de androgénios, como acne, hirsutismo ou níveis elevados de testosterona.

Entre os exames e análises mais comuns contam-se a ecografia transvaginal ou pélvica, que permite observar a morfologia dos ovários, e as análises hormonais, que incluem a medição da testosterona total e livre, dos níveis de LH e FSH e da sua relação, da prolactina, do TSH para excluir alterações da tiroide, bem como da 17-OH progesterona para descartar outras patologias. Além disso, é importante a avaliação da resistência à insulina através da medição da glicemia, insulina e do índice HOMA-IR, assim como a análise do perfil lipídico e da função hepática, dependendo do quadro clínico apresentado.

Quais as mudanças no estilo de vida: essenciais no controlo da SOP

Para além da medicação, as mudanças no estilo de vida são um pilar essencial no controlo da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), especialmente em casos associados a resistência à insulina ou excesso de peso. Pequenas alterações consistentes podem ter um impacto significativo nos sintomas e na qualidade de vida.

No que diz respeito à alimentação, recomenda-se optar por uma dieta anti-inflamatória e de baixo índice glicémico, rica em legumes, fruta fresca, cereais integrais, leguminosas, frutos secos e gorduras saudáveis, como o azeite e o abacate. É igualmente importante reduzir o consumo de açúcares refinados, bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados, que podem agravar a resistência à insulina. Deve-se dar prioridade a fontes de proteína magra — como peixe, ovos, tofu ou frango — e a hidratos de carbono complexos, assim como fracionar as refeições ao longo do dia para manter os níveis de energia estáveis.

No que toca ao exercício físico, a prática regular de atividade moderada a intensa, como caminhadas rápidas, natação, corrida ou treino de força, pelo menos 150 minutos por semana, ajuda a regular o ciclo menstrual, melhorar a sensibilidade à insulina e promover o bem-estar psicológico. O treino de resistência, como musculação ou pilates, também se tem mostrado eficaz no equilíbrio hormonal.

A qualidade do sono é outro fator determinante. Dormir entre sete a nove horas por noite, com horários regulares, é fundamental, pois o sono insuficiente ou irregular pode agravar desequilíbrios hormonais e aumentar os níveis de stress. Para promover um sono reparador, recomenda-se evitar o uso de ecrãs antes de dormir, reduzir a cafeína ao final do dia e criar um ambiente calmo e escuro no quarto — estratégias simples, mas eficazes.

Por fim, a gestão do stresse desempenha um papel importante. Técnicas como meditação, ioga, respiração consciente ou terapia psicológica podem ajudar a controlar sintomas como ansiedade, irritabilidade ou cansaço persistente, frequentemente associados à SOP.

Estas mudanças não substituem o acompanhamento médico, mas são fundamentais para potenciar os efeitos da medicação e promover um equilíbrio hormonal mais estável. A chave está na consistência e na adaptação das rotinas ao estilo de vida de cada mulher.


Imagem de abertura do artigo cedida por Freepik.






Fonte: lifestyle.sapo.pt                        Link: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/sintomas-mal-compreendidos-impacto-real-na-saude-o-lado-invisivel-da-sindrome-dos-ovarios-policisticos?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
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Relatório aponta para “rutura notável e duradoura” do tráfico global de marfim e escamas de pangolim

Por Filipe Pimentel Rações 8:03 - 18 Junho 2025


Foto: David Clode / Unsplash

Desde a pandemia de COVID-19, há quase seis anos, o tráfico de marfim de elefantes e de escamas de pangolim, à escala global, tem vindo a registar uma queda acentuada, representando uma “rutura notável e duradoura”.

De acordo com um relatório da organização Wildlife Justice Commission (WJC), nos últimos cinco anos o número de “apreensões significativas”, associadas a operações de larga escala relacionadas com associações de crime organizado e com mais de uma tonelada de peso, tendo vindo a cair consistentemente. Para os relatores, isso poderá indicar “uma mudança na paisagem criminosa” e ser fruto de esforços coordenados e de longo-prazo entre autoridades policiais de vários países.


Evolução das apreensões globais de escamas de pangolim e de marfim de 2019 a 2024. Fonte: WJC.

Evolução das apreensões globais de escamas de pangolim e de marfim de 2019 a 2024. Fonte: WJC.
Para Olivia Swaak-Goldman, diretora-executiva da WJC, esta “redução significativa do tráfico de escamas de pangolim e de marfim” é uma vitória para a proteção das espécies visada pelo crime contra a vida selvagem e demonstra que “a identificação proativa de chefias e traficantes de alto-nível, detenções estratégicas e uma forte cooperação internacional desestruturam profundamente as redes criminosas que operam a uma escala industrial”.

O documento salienta que cada vez mais apreensões de grande dimensão estão a ser feitas em África, nos países de origem, antes da exportação dos produtos. E salienta que na Nigéria, por exemplo, as exportações de escamas de pangolim têm decrescido, mas continuam a ser feitas apreensões relevantes de stocks de escamas no país, o que sugere a continuação das atividades criminosas e que se mantém como um dos principais centros de exportação.

Em 2019, 70% de todas as apreensões significativas de escamas de pangolim e de marfim tiveram origem na Nigéria. Estima-se que a maior parte das escamas de pangolim sejam exportadas desse país, dos Camarões, da República Democrática do Congo e do Uganda.

Desde 2022, que Angola e Moçambique surgem como centros alternativos de exportação de marfim, fruto da pressão exercida pelas autoridades nigerianas sobre as redes criminosas, o que as levou a procurarem alternativas.

“Embora não tenham sido reportadas quaisquer apreensões significativas de marfim em 2024 ligadas a Angola, informações recolhidas pelas investigações da WJC sugerem que o país está a ser favorecido como um local de exportação por redes criminosas vietnamitas”, lê-se no relatório.

O valor de mercado das escamas de pangolim, é avançado no relatório, tem caído e parece ter estabilizado, enquanto o valor do marfim, ou das presas dos elefantes, tinha já caído cerca de 50% nos cincos anos antes da pandemia, sendo que desde então até agora se manteve “relativamente estável”.

Diz a WJC que o impacto da pandemia de COVID-19 no tráfico de escamas de pangolim e de marfim, que acontece sobretudo de África para a Ásia, “não pode ser subestimado”.

A fragilidade causada pelo evento pandémico associada ao reforço da atuação das autoridades policiais parece ter estado na origem do declínio sustentado do tráfico global desses produtos nos últimos anos.

Contudo, apesar das aparentes boas notícias, os especialistas admitem que a redução do número de apreensões de grande escala poderá também dever-se a mudanças na forma de operação das redes criminosas, para evitarem a deteção, e reconhecem que a quantidade de escamas de pangolim e de marfim que está a entrar nos mercados asiáticos poderá, se assim for, maior do que se pensa.

Ainda assim, o relatório indica que esforços proativos das autoridades policiais em locais em África onde se sabe que acontece a captura e abate ilegal de pangolins e de elefantes, para fins de comércio ilegal das suas partes, “estão a ter um impacto importante”.

“Se continuarmos a exercer pressão estratégica sobre as chefias criminosas e os financiadores que alimentam este comércio ilícito, podemos aproveitar este impulso para criar uma mudança duradoura na luta contra o crime transnacional contra a vida selvagem”, sentencia Olivia Swaak-Goldman.







Fonte: greensavers.sapo.pt                        Link: https://greensavers.sapo.pt/relatorio-aponta-para-rutura-notavel-e-duradoura-do-trafico-global-de-marfim-e-escamas-de-pangolim/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
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